Fernando Jorge Mariz

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Textos


A Destruição da Casa de Tia Amélia

A Casa de Tia Amélia tinha cheiro de eternidade
Para mim parecia indestrutível, imperecível
Quando ela morreu tinha eu 32 anos, a casa foi também minha maternidade
Lá nasci; uma das últimas gerações no Recife a nascer em casa
Quando meu pai morreu sùbitamente no Rio de janeiro ela me chamou
para voltar para o Recife e voltei com meu tio paterno após a missa de 7º dia.
Ela era minha tia avó e madrinha eu tinha 16 anos incompletos.
Apesar da profunda tristeza foi um bálsamo este meu reto
rno,pois minha mãe
e meus outros 3 irmãos continuaram no Rio temporàriamente e eu aguardando
O que eles decidiriam.Pelo menos até o fim do ano estaria eu em Recife. Apos ter passado
9 férias no Recife desde a minha ida para o Rio conhecia algumas pessoas e passei a conhecer
muito mais,A morte da minha tia avó com 81 anos me abalou profundamente pois para mim
Ela me tinha uma afetividade profunda e depois a sua casa era um pequeno paraíso e refugio.A
família e outros amigos lá rompiam fim do ano .. Sempre apareciam tios e primos na casa para conversar.A casa foi vendida mas me restava o consôlo de saber que a casa estava ali e eu podia apreciar o portão e outras partes da casa.Era uma lembrança agradável.Um dia eu entrei na casa,pois o proprietário era colega meu de profissão,Estranhei não ter mais as pedras no quintal.Há aproximadamente 10 anos ou mais a ganância das construtoras derrubou a casa para fazer prédio e aí a destruição foi total.A pessoa que morava na casa sentiu profundamente terem derrubado uma mangueira de muito mais de 50 anos,sem dó nem piedade.Assim eu senti como tinha também desaparecido não sobrando nem as minhas cinzas
que lá jaziam mais senti que sumi completamente com a destruição da casa.

 
fernandojorge
Enviado por fernandojorge em 24/06/2017
Alterado em 24/06/2017


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