A Casa de Tia Amélia
Tia Amélia ia envelhecendo, envelhecendo... Aos poucos ia morrendo, morrendo... Nunca consegui imaginar, Que quando ela morresse Tudo iria se acabar: Tinha a ilusão que iria continuar: Os jantares aos Domingos Os estudos no “Jacaré” O pé de carambola O rompimento do Ano-Novo O encontro familiar As pedras no quintal E Sebastiana de avental E as lembranças perdidas naquela casa? Eram tão queridas e hoje são feridas A sangrar constantemente Sem seres curadas pelo tempo inclemente Hoje a Casa de Tia Amélia é um cemitério Onde existem apenas jazigos Com cinzas de ex-objetos, lembranças adormecidas. Alegrias, tristezas, risos e lágrimas. Lá jaz grande parte de mim mesmo, Lá também fiquei meio sepultado E choro sobre o meu próprio túmulo
fernandojorge
Enviado por fernandojorge em 25/11/2008
Alterado em 05/12/2015 |